27/06/2008

-água envolta por fumaça envenenada..

-saio pela porta; ao levantar a cabeça vejo o céu arroxeado escorrendo diante de meus olhos, um arroxeado melancólico e nublado, nublado.. NU! exposto e suscetível, como uma virgem nua..
-abro o guarda-chuva, acendo um cigarro - andar sob a chuva fumando um cigarro é uma das mais deliciosas antíteses - Aquelas lágrimas do céu, caindo e se espatifando ao encontrar a solidez em seu caminho, me fazem pensar no estado neutro que tal situação me põe. Momento muito meu, muito pessoal, não divisível, não compartilhável.. aspiro até o filtro; o sabor do tabaco é substituído por sabor de cinzas, mesmo assim vou até o filtro.

-na boca - o gosto das cinzas, nos pés - a umidade da chuva, mas mãos - a bituca e o guarda-chuva.. o fogo e a água, o quente e o frio, o seco e o molhado, todo o contraditório caminho das passadas traçadas de uma noite chuvosa acompanhada de um rolinho viciante queimando entre os dedos.

4 comentários:

Mash Cobain disse...

nossa meu, seus textos me assustam as vezes, de tão vividos, de tão reais e o qto poedm ser ser simples e entrar na gente cm uma força avaçaladora...
talvez pq vc descreveu cmo ja me senti inumeras vzes, não sei, mas sicneramente esse é um dos teus textos que mais gostei, digno de um livro da JK. Se o harry potter fumasse teria de ter esse trecho, seriu to pasma, ameiii!!!
mas isso é uma descriçao real ou nao? e da onde surgiu?
q orgulho da minha regina pupila da JK.

Wagner Oliveira disse...

É isso aí. Entre tragos e estragos.
Gostei bastante daqui.
Legal esses acasos da literatura hahah
beijos...
Ah, obrigado por comentar no meu blog.

Mash Cobain disse...

e ae minha filha?
abandonou o barco??

Mash Cobain disse...

iuhuuu!!!
meu ultimo post é dedikado a vc tb viu!! vê lá depois!
qdo falo das "pessoas que foram e sempre serão"