25/11/2010

- olho no espelho...

me vejo escondida atrás dos óculos, olhar indagador "e o que você fará agora? qual seu próximo passo?"
eu vejo rostos foscos, vultos errantes, vozes veladas, carcaças debilitantes, olhares mortos; tudo pronto, tudo montado, sem nem requerer ensaio anda na linha do planejado, do esperado inconsciente.

rostos rotos me julgando, sugando toda a alma da minha confiança, enquanto deixam um rastro de insegurança. sucumbo ao desespero sem fazer cerimônia e em meio à meus gritos agourentos a culpa flutua sem me penetrar. permaneço à margem, no limiar que delimita aceitação e arrependimento.

eis-me aqui, aguardando os passos de alguém que nunca vem; são passos mudos, ocos, abafados.. a verdade é que não sei por quem ou pelo que aguardo.
a espera é cega e as dúvidas debilitantes. viver é um sentido supersônico por si só, e seus clarões são de cegar, todo amargo âmago sob o foco torna-se sufocante para quem o carrega.

lanço-me à luz, pois.
o que tiver de ser, será. me submeto ao julgamento do injulgável, a vida.

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