10/10/2008

-Ainda há esperança [mesmo que com uma bolinha]..

-às vezes nossas esperanças podem ser todas colocadas numa bolinha de gude para depois olhar para elas contra luz e, quem sabe, enxergar aquilo que nos é negado ao entendimento quando elas ainda habitam nosso coração. e ainda na bolinha de gude podemos até tornar palpável aquilo que mais parece fugir por entre os dedos.. podemos segurar, manusear, olhar, provar, cheirar, sentir, e guardar onde quiser.
-na hora de jogar com ela, sendo essa única bolinha aquela que é o baú de nossas esperanças, vamos jogar com a certeza da vitória, com o empenho de quem merece mesmo vencer aquele jogo.. o jogo da vida. o tabuleiro está montado, as bolinhas todas posicionadas, os jogadores lado-à-lado, mas ninguém olha no olho de ninguém, todos estão muito preocupados com sua própria bolinha cheia de esperanças. e pensar que isso antes era um simples pedaço de vidro maciço colorido moldado esfericamente..
-mas e se quisermos entregar nossa bolinha a alguém? essa pessoa faria juz ao que nossas esperanças pedem e esperam? ou pior, e se nossa bolinha for roubada, o que serão dos anceios nela contidos? porém, ela pode ser ganha por um dos outros jogadores, e se ele for um do que não olham nos olhos, aquelas nossas tão valiosas esperanças vão ser perdidas para sempre.. por mais fácil que seja conseguir outro pedaço de vidro forjado, a esperança uma vez perdida é esperança esquecida.
-a coisa é que existem jogadores que olham nos olhos, e que são os que ainda jogam para vencer. e para alguns desses a vitória é ver nos olhos de outro jogador algo que valha depositar sua própria bolinha de gude na mira da dele. são esses que fazem o jogo ainda valer à pena.

>>Tania me deu uma de suas bolinhas de gude, bolinha mesmo. pelo simples fato de ter me visto e ter gostado de mim. ela tirou o primeiro sorriso sincero em dias de mim. daqui alguns anos quando ela não for mais criança, provavelmente, não irá se lembrar que um dia ela mandou sua bolinha de presente para a filha de seu professor de história, mas eu me lembrarei disto.<<

4 comentários:

Mash Cobain disse...

Ja pensei nisso, mais ou menos, sobre entregar algo valioso nosso para outra pessoa e ela fazer juz aquilo!!!
enfim
gostaria de saber o motivo desse texto...tentei imaginar mas nao descobri!!!
conte-me depois

te amo

C. disse...

Assumo que quando comecei a ler, não vi sentido e muito menos sensibilidade, desculpe pela sinceridade, mas pensei ser um texto tolo, um pensamento avulso. Fui tapeada por suas palavras e pelo seu pensamento tããão bucólico - como o pensamento de tânia, que ainda é uma criança.
Espero que esta, quando crescer, seja sensível o bastante para ler isto. Me emocionei.

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Um dos seus filmes prediletos é o Laranja mecânica, certo? Já tem o e-book?

Ah, e conheço Mario Vargas Llosa, mas não li este livro que você citou, vou procurar! :*

C. disse...

gente, grazy! você mudou a foto do cabeçalho? se mudou, não tinha visto ainda. a-do-rei e rou-bei! tá?
hahahaha.
tenho o e-book sim, gata.
olha só, pega meu msn porque quero mesmo trocar umas dicas contigo e te passo o book, ok?

carlaborges@cbgb.net

June disse...

o pior, é que às vezes, ao perder nossa bolinha, ficamos com medo de conseguir outra pois podemos perder novamente... e jamais devemos ter esse medo, sempre haverá bolinhas, não é mesmo? e as pessoas que evitam olhar nos olhos das outras, dificilmente compreenderão o significado verdadeiro dessas bolinhas...
ah, que linda a tania! vivo me surpreendendo com meus alunos também, dia 15, o danilo, do maternal, 3 aninhos, veio saltitante e me deu uma rosa e um beijo, foi tão lindo e simples, sabe? adoro como as crianças são seres sinceros.
percebi que tu tava meio sumidaa mesmo chará! suas palavras fazem falta no seu e no meu blog!
beeeijo!